A Maçã possui nutrientes que auxiliam nas funções digestivas e circulatórias, substâncias que ajudam na prevenção de doenças.
Na literatura e no imaginário popular a
maçã aparece associada à sedução, quando não, como agente involuntário
de algum desígnio malévolo. Basta lembrar de histórias infantis como
Branca de Neve ou Bela Adormecida, nas quais a donzela sofre o efeito de
um feitiço ou envenenamento ao ingerir uma maçã. Essa aura talvez se
deva ao fato de, desde a antiguidade, a fruta ser utilizada em feitiços
de amor. Na prática, porém, de mal a maçã só guarda alguma semelhança na
sonoridade de seu nome científico: Malus spp. De resto, o alimento só faz bem ao ser humano.
Com alto valor nutricional, a maçã
auxilia nas funções digestivas e circulatórias, entre outros benefícios,
e possui propriedades funcionais.
Os principais nutrientes desta fruta são
fósforo, cobre, potássio, cálcio, frutose, fibras, sódio e vitaminas A,
B e C. Segundo o nutrólogo José Alves Lara Neto, professor de
Nutrologia e vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia
(ABRAN), uma das substâncias mais importantes encontradas na maçã é a
pectina, uma fibra solúvel não absorvida pelo intestino que retém água e
diversas substâncias residuais, facilita a eliminação de toxinas junto
com as fezes, promove a proteção da mucosa intestinal e auxilia no
tratamento da diarreia.
A pectina ajuda na redução do
LDL-colesterol, pois absorve os ácidos biliares e mobiliza mais
colesterol para produzir esses ácidos. Para diabéticos também é
altamente recomendável, porque reduiz a absorção da glicose, assim como a
velocidade de liberação da mesma na corrente sanguínea. Com isso,
diminui o pico de insulina, pois, quando há liberação muito rápida de
glicose no sangue:
- No caso dos não diabéticos haverá
pronta liberação de insulina pelo pâncreas, a qual irá transformar o
excesso de glicose em depósito de gorduras.
- No caso dos diabéticos ou ele toma insulina ou terá sérios problemas metabólicos, podendo até ser letal.
O consumo diário da maçã, sua pectina e
poder adstringente irá evitar a formação de cálculos vesicais pois, à
medida que os ácidos biliares que voltariam para o fígado, saturados de
colesterol, são eliminados, acontece uma ação evidente de
DESINTOXICAÇÃO.
De baixo valor calórico (em média 55
kcal/100 gramas), a maçã também auxilia na perda ou manutenção do peso.
Isso ocorre, de acordo com o médico, porque, ao diminuir o colesterol
devido à ação da pectina, o organismo é obrigado a gastar suas reservas
de gordura.
A maçã contém ainda substâncias que
auxiliam no bom funcionamento do sistema cardiovascular, pois o
potássio, importante fonte para a geração de energia para os músculos e
mediador de transmissões nervosas na célula, auxilia na eliminação de
sódio e, consequentemente, propicia redução da pressão arterial. Entre
as substâncias capazes de auxiliar na prevenção de doenças também está a
quercetina, que atua no bloqueio da formação de coágulos sanguíneos,
que podem levar a um acidente vascular.
PODER DA CASCA
A maior parte das substâncias benéficas à
saúde, principalmente com atividade antioxidante, está concentrada na
casca da maçã, segundo estudos realizados pelo Grupo de Trabalho sobre a
Maçã (GTM), do qual faz parte o engenheiro agrônomo e professor de
Tecnologia de Frutas do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, Alessandro Nogueira.
"Avaliamos os compostos fenólicos nas diversas partes da maçã -
epicarpo, mesocarpo e endocarpo - e o resultado foi que na casca tem de 3
a 10 vezes mais atividade antioxidante do que a polpa, devido
principalmente aos polifenóis", relata.
Alessandro Nogueira acrescenta que pesquisas também demonstraram que a ingestão in natura
da fruta é mais benéfica do que o consumo de fenóis separadamente, por
meio de cápsulas. Isso ocorre devido ao fato de a mistura dos compostos
fenólicos com as fibras da maçã potencializarem a ação contra a formação
de radicais livres e aumentarem a proteção contra uma série de
enfermidades, como alguns tipos de tumor, doenças cardiovasculares e
diabetes.
As linhas de pesquisa do GTM - que
envolvem equipe multidisciplinar de pesquisadores - avaliaram mais de 30
cultivares existentes em solo brasileiro e estabeleceram uma escala de
atividade antioxidante que deverá ser publicada em breve.
AGROTÓXICOS
O pesquisador rechaça a ideia de que o
consumo da casca poderia trazer riscos devido à concentração de
agrotóxicos e argumenta que, no caso da maçã, esse risco é maior durante
a safra, mas, a fruta não absorve o veneno internamente e, na casca, o
produto se degrada no período entre duas a três semanas. "Como a fruta é
armazenada geralmente em câmaras frias por um período de até nove meses
após a colheita, o agrotóxico se degrada até ser consumido", garante o
engenheiro.
Para evitar quaisquer riscos, porém,
Alessandro Nogueira sugere uma medida para acelerar a remoção de
possíveis substâncias tóxicas da casca: mergulhar a fruta em água com
bicarbonato (em uma proporção de uma colher de sopa de bicarbonato para
cada litro de água) e deixá-la por uma hora. Essa imersão reduz de 70% a
90% possíveis residuos de agrotóxico.
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