terça-feira, 2 de agosto de 2011

A RESPIRAÇÃO E A PRÁTICA DE PILATES

A proposta é simples: Respire. Pilates dizia: se você não for capaz de fazer nenhum exercício apenas respire de forma completa. Fácil não é mesmo?

Nem tanto. Podemos pensar que não precisamos aprender a respirar porque fazemos isso desde que nascemos. Mas quantos de nós conhece a própria respiração? Quantos de nós já observou o seu padrão respiratório? Será mesmo que estamos respirando de forma que ela possa nos suprir de todo o oxigênio que necessitamos? Será que sabemos mesmo usar a respiração a nosso favor?

Joseph Pilates, profundo conhecedor das práticas orientais e grande observador da natureza e dos animais, traduziu para nós ocidentais um pouco dos “mistérios” do oriente e assim podemos aproveitá-los na nossa prática diária.

Uma grande preocupação e desejo de Joseph Pilates era popularizar a prática para um número cada vez maior de pessoas e, principalmente, orientar adequadamente as crianças para que pudessem desde cedo aprender sobre o funcionamento de seu corpo, iniciando a vida de forma a não criar padrões posturais indesejáveis, desenvolvendo o corpo de forma equilibrada.

Crianças com sua inteligência corporal, ainda não contaminada pelas imposições dos adultos e de um mundo artificial, têm maior facilidade de estar em contato com sua verdadeira essência. A arte da Contrologia (denominação que Joseph Pilates deu a seu sistema de exercícios) é “o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo” (Joseph Pilates, Sua saúde, 1934).

E o que a respiração tem a ver com isso? A respiração é a única maneira de nos reconhecermos no presente, no aqui agora. Sem essa consciência não somos capazes da integração da mente com o corpo. É através da respiração fazemos essa integração.

Você pode imaginar que a partir da dificuldade que é para nós adultos nos conectarmos com a respiração, que essa seja uma tarefa por demais exigente para as crianças. Engano. É na infância que reconhecemos seu papel se formos orientados para tal.

Mas afinal, como devemos respirar? De forma completa, possibilitando a troca do gás carbônico pelo oxigênio novo, que vai nutrir nossas células e possibilitar um alto nível de energia. Para fazer isso precisamos de músculos flexíveis que permitam a total expansão do tórax para captar o máximo de oxigênio e em contrapartida de músculos abdominais fortes, capazes de expulsar todo o ar para que a nova inspiração possa ser plena, sem nenhum resquício de ar impuro ainda presente para contaminar o novo. Por isso a prática de exercícios na natureza, em parques e local livres de poluição é vital.

Desnecessário comentar a importância da respiração durante a prática da corrida. Necessário, porém, é relembrar que a respiração vai muito além de levar oxigênio aos músculos através da circulação. Ela exerce papel fundamental na integração do corpo e da mente, na liberação consciente de tensões. Quando a respiração que acompanha nossos movimentos de corrida se torna suave e natural é porque certamente conseguimos coordenar vários movimentos numa sequência fluida e contínua. Quando movimentos complexos são dominados desta forma, não é mais necessário o controle consciente sobre cada detalhe. Porém, só a prática leva a perfeição. Quanto antes começarmos, mais sucesso obteremos.

“Aprender a respirar corretamente é uma conquista mais difícil do que se imagina” (Joseph Pilates, Sua saúde, 1934).

Pilates dizia que, antes de se obter qualquer benefício com a prática de exercícios, não é suficiente pedir que se inspire e expire a cada movimento, é preciso ensinar a cada pessoa individualmente, por meio de exemplos.

É na infância e adolescência o momento ideal para aprender o certo e o errado e controlar conscientemente os movimentos do corpo, desenvolvendo padrões saudáveis que se tornarão naturalmente presentes em suas vidas.

A respiração completa nos traz de volta ao contato com nosso ser no momento presente, único local onde podemos modificar padrões que não nos favorecem. Antes de mudar, porém, precisamos reconhecer esses padrões e decidir por nossa vontade modificá-los.

Nem o mais experiente e competente treinador ou instrutor de Pilates ou de qualquer outra técnica será capaz de realizar essa façanha por nós. Essa é uma escolha pessoal, intransferível. E o melhor de tudo, totalmente ao nosso alcance! E quanto mais cedo, melhor!

Fonte: http://www.assessocor.com.br/noticias.aspx?A+RESPI

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