Criança não deve usar calçado com salto. O uso pode provocar problemas de postura e marcha (caminhar). Ao caminhar, o ciclo da marcha (o andar) começa no toque do calcanhar no chão e só termina quando o mesmo calcanhar voltar a tocar o solo, completando assim uma passada. Sendo o passo definido pelo toque inicial de um dos calcanhares, até o toque do calcanhar com outro pé. O padrão de marcha maduro ocorre aos três anos de idade.
O desenvolvimento do calcanhar está completo próximo aos cinco anos de idade. A marcha da criança aproxima-se muito à do adulto aos sete anos de idade e poucas diferenças são encontradas. A estrutura óssea do pé, porém, não está completa nessa idade, pois a criança continuará crescendo até mais ou menos os 12 anos de idade para os meninos e 10 anos de idade para as meninas.
Quando uma criança está em fase de desenvolvimento, os calçados não devem ter salto e a sola deve ser reta e firme o suficiente para dar estabilidade, pois o aumento da altura do calcanhar provoca modificações no padrão de caminhar. Ou seja, quanto mais alto o salto, menor a participação do antepé no caminhar.
Atualmente as crianças estão sendo induzidas a utilizar calçado com salto cada vez mais cedo.
As consequências são:
- O pé da criança sofre sobrecarga na região anterior (frente) do pé, o que em longo prazo pode gerar alterações dolorosas e/ou adaptativas levando a criança a não conseguir andar sem salto devido ao encurtamento da musculatura da panturrilha (batata da perna) e a fadiga da musculatura;
- Essa sobrecarga nos músculos pode prejudicar a estabilidade do pé e causar entorses ou quedas.
- A maior ocorrência da fadiga muscular causada por essa sobrecarga leva à diminuição da força muscular na perna, o que pode reduzir a amplitude de movimentos normais do pé, e isso provavelmente acarretará prejuízos na fase de crescimento da criança.
- O salto alto pode trazer problemas na coluna porque o esqueleto da criança é imaturo. Ou seja, ainda não está totalmente formado e com isso ocasionará graves alterações posturais e deformação principalmente na coluna. Nas alterações posturais podemos incluir as hiperlordoses lombar e cervical (aumento da curva natural da coluna lombar e cervical), encurtamento da musculatura da panturrilha e diminuição da força dessa musculatura, podendo inclusive gerar uma atrofia que não poderá ser reposta na idade adulta. Essa criança quando crescer, ou um adulto que usou salto alto a vida toda, poderá ter uma atrofia muscular que muitas vezes será irreversível e dolorosa para o alongamento, sem permitir uma marcha descalça, exceto na ponta dos pés.
Qual deve ser a altura ideal do salto?
Para manter o conforto e reduzir riscos de lesões escolha sapatos com elevação do salto por volta de 2 cm.
O salto baixo assemelha-se à atividade da marcha descalça, mas não produz, de fato, essa mesma marcha.
Não importa se as fábricas de calçados infantis tentam atrair as crianças com sapatos cada vez mais com cara dos adultos. O importante mesmo é garantir um futuro bom e confortável para a coluna da criança.
Assim como na primeira parte desta matéria, o profissional de Educação Física possui uma grande importância identificando o mais cedo possível desvios posturais para poder poder encaminhar a criança para um profissional especializado. Trabalhar com a questão do equilíbrio e descobrimento das ações corporais da criança para que ela se desenvolva naturalmente através de exercícios e mantenha sua postura relativamente alinhada.
O Pilates serve como uma ferramenta de correção postural que poderá auxiliar a criança a buscar um alinhamento do seu corpo. Deve ser procurado o quanto antes, quando verificado alterações corporais durante a infância.
Clique aqui e confira a primeira parte da matéria.
Fonte: http://www.fisioterapiaatual.com.br/
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